
PASSO 1
Admitimos que éramos impotentes perante nossas dependências que
btínhamos perdido o domínio sobre nossa vida.
Situações de Perda – Gen. 16.115
Às vezes, somos impotentes por causa das situações da vida. Talvez estejamosnuma situação em que outras pessoas têm domínio sobre nós. Talvez percebamos queestamos sendo postos em ciladas pelas exigências de outros e que não há meios de agradar a todos. Estamos contra a parede: se agradarmos um decepcionaremos outro. Às vezes quando, nos sentimos perplexos e frustrados com nossos relacionamentos,almejamos boa dose de controle para escapar de nossos comportamentos adictivos.
Agar é um exemplo de impotência. Ela não usufruía de direitos. Enquanto moça,era escrava de Sarai e Abrão. Quando eles estavam tristes pelo fato de Sarai ser estéril,Agar foi entregue a Abrão para ser de substituta. Quando engravidou, como esperavam,Sarai ficou tão invejosa, que bateu em Agar, e Agar foi embora. Absolutamente sozinhano deserto, ela foi encontrada por um anjo, que lhe deu uma maravilhosa mensagem:“Volte para a sua dona e seja obediente a ela em tudo.” E o anto do Senhor dissetambém: “Eu farei com que o número dos seus descendentes seja grande; eles serãotantos, que ninguém poderá contálos.Você está grávida, e trá um filho, e porá nelo onome de Ismael, pois o Senhor Deus ouviu o seu grito de aflição.” (Gen. 16.911)
Quando somos apanhados em situações de perda, somos tentados a correrembora através dos nossos atalhos adictivos/compulsivos. Em momentos como esses,Deus está ali e ouve os nossos clamores. Necessitamos aprender a expressar nossa dorperante Deus em vez de apenas tentar escapar dela. Deus ouve nossos fritos e estádisposto a dar esperança para o futuro.
AutoEnganoPerigoso – Juízes 16.131
Quando nos recusamos admitir nossa impotência, somente enganamos a nósmesmos. As mentiras que contamos pra nós e para outros são conhecidas: “Posso pararquando quizer.” “Mantenho o controle: esta única vez não fará mal.” E, a todo momento,estamos chegando mais próximos ao desastre.
Sansão foi um dos juízes de Israel. Enquanto criança, fora dedicado a Deus, eDeus lhe havia dotado com força sobrenatural. Mas sansão teve toda uma vida defraqueza: a maneira como se relacionava com mulheres. Sansão foi especialmentecegado para os perigos que enfrentava no seu relacionamento com Dalila. Seus inimigosa pagavam para descobrir o segredo da força de Sansão. Três vezes ela implorou Sansãopara contar seu segredo. Cada vez ela estava pronta a entregar Sansão ao inimigo. Trêsvezes Sansão mentiu para Dalila e pode escapar. Mas cada vez ele chegava mais próximo ao momento de contarlhea verdade. Finalmente, Sansão reveloulheo segredo,foi capturado e morreu como escravo nas mãos do inimigo.
O real problema de Sansão se encontra nas mentiras que contou sobre si. Por nãoadmitir sua impotência, permaneceu cego para o perigo óbvio ao qual seu orgulho edesejo por mulheres estrangeiras o conduziam. Isso o levou, gradativamente, ao caminhoda morte.
Nós precisamos ser cuidadosos para não cair em armadilha semelhante. Aoaprendermos a reconhecer diariamente nossa impotência frente a nossas tendências adictivas/compulsivas, ficaremos mais atentos a comportamentos que , possivelmente,nos conduzirão à destruição.
Um Começo Humilde – 2 Reis 5.115
Pode ser muito humilhante admitir nossa impotência, especialmente se somosusados a fim de manternossob controle. Podemos ser fortes em algumas áreas denossa vida, mas perder o contro sobre comportamentos adictivos/compulsivos. Se nosrecusamos admitir nossa impotência, podemos perder tudo. Essa parte impossível de sermanejada em nossa vida pode infestar e destruir tudo mais.
As experiências do comandante do exército da Síria, chamado Naamã, ilustram averacidade do que foi dito acima. Ele era uma figura militar e política poderosa, homemrico, de relevante posição e poder. Ele portava lepra, que ameaçava provocar a perda detudo quanto estimava. Leprosos eram marginalizados de usas famílias e da sociedade.No fim das contas, sofriam morte lenta, dolorosa e desgraçada.
Naamã ouviu a respeito de um profeeta em Israel que poderia curálo.Encontrou oprofeta, e o profeta lhe disse que, para ser curado, devia mergulhar sete vezes no rio Jordão. Naamã ficou distante, esperando que seu poder lhe proporcionasse curainstantânea e fácil. No fim, entretanto, reconheceu seu impotência, seguiu as instruções e recuperouse completamtne.
Nossas “doenças”são tão ameaçadoras como a lepra do tempo de Naamã. Elasnos separam lentamente de nossa família e encaminham à destruição tudo que nos éimportante. Nào há cura instantânea ou fácil. A única resposta consiste em admitir nossaimpot6encia, humilharnose submeternosao processo que poderá nos recuperar.
Esperança em Meio ao Sofrimento Jó6.213
Há ocasiões em que nós ficamos tão confusos e tão dominados pela dor em nossavida, que chegamos a desejar a morte. Não importa o que fazemos, nós somosimpotentes para mudar as coisas para melhor. O peso do sofrimento e da treistezaparece pesado demais para ser suportado. Não podemos entender por que nossocoração n+ao para e não permite a morte nos liberar.
Jó sentiaseassim. Ele havia perdido tudo, mesmo tendo ele vivido uma vidacorreta. Seus dez filhos estavam mortos. Ele havia perdido seus negócios, seus bens esua saúde. E tudo isso aconteceu numa questão de dias! Só lher restarm uma mulherdelíngua muito afiada para instigálocontra Deus e três amigos que o acusavam cpmpresponsável da sua própria desgraça. Jó clamava: “Ah! Se a minha desgraça e os meussofrimentos fossem postos numa balança, com certeza pesariam mais do que a areia do mar... Ah! Se Deus me desse o que estou pedindo! Ah! Se Deus respondesse à minhaoração! Então ele me tiraria a vida; ele me atacaria e acabaria comigo! Onde estão asminhas forças para resistir? Por que viver, se não há esperança? Será que sou fortecomo a pedra? Será que o meu corpo é de bronze? Não sou capaz de me ajudar a mimmesmo, e não há ninguém que me socorra.” (Jó 6.23,89,1113)
Jó não sabia que o fim de sua vida seria ainda muito melhor do que o seu começo.“O Senhor abençoou a última parte da vida de Jó mais do que a primeira... Emorreu bem velho.” (Jó 42.12, 17) Mesmo quando somos pressionados e parece que amorte é certa , ainda há esperança de que a nossa vida muda. Devemos lembrar: a vida pode ser boa novamente!
Impotentes Como as Crianças – Marcos 10.1316
Para muitos de nós que estamos em processo de recuperação, as lembranças dainfância estão cheias de medos porque nos sentíamos indefensos. Se fomos criados emuma família fora de controle, na qual descuidavam de nós, avusavam ou nos expunham àviolência domésstica e a um comportamento disfuncional, o pensamento de impotência pode ser aterrador. Talvez até tenham so prometido nunca mais ser tão vulneráveis comoquando éramos crianças.
Jesus nos diz que, para entrar no Reino de Deus, devemos ser como crianças, eisso incui ser impotentes. Ele disse: “Eu afirmo a vocês que isto é verdade: quem nãoreceber o Reino de Deus como uma criança nunca entrará nele.”(Mc 10.15)
Em qualquer sociedade, as crianças são os membros mais dependentes. Não têmnenhum poder natural para se autoproteger; não têm meior para garantir que a sua vidaseja segura, cômoda e satisfatória. As crianças pequenas são particularmentedependentes do amor, dos cuidados e da proteção de outros nas susas necessidadesmais básicas. Elas precisam chorar, mesmo que nem saibam exatamente do que é quenecessitam. Precisam confiar sua vida a alguém que é mais poderoso que elas e têm aesperança de que serão ouvidas e cuidadas com amor.
Se queremos curar a nossa vida, nós também temos de admitir que somosverdadeiramente impotentes. Isso não significa que tenhamos de nos transformar outravez em vítimas. Reconhecer a nossa impotência é uma apreciação franca da nossasituação na vida e um passo positivo para a recuperaçào.
A Mudança No Tempo Certo – Atos 9.19
Há momentos iimportantes na vida que podem mudar o nosso destino. Comfrequência, são momentos em que nos sentimos confrontados com a nossa impotência diante dos acontecimentos da nossa vida. Esses momentos podem nos destruir ouarrumar para sempre a nossa vida numa direção melhor.
Saulo de Tarso (depois chamado Paulo; veja Atos 13.9), viveu um desses momentos.Depois da ascensão de Jesus, Saulo assumiu a tarefa de deixar o mundo sem cristãos.Enquanto ia no caminho para Damasco a fim de cumprir a sua missão, “de repente umaluz que vinha do céu brilhou em volta dele. Ele caiu no chão e ouviu uma voz que dia:‘Saulo, Saulo, por que me persegue?... Eu sou Jesus, aquele que você persegue. Maslevantese,entre na cidade, e ali dirão a você o que deve fazer’. Saulo se levantou dochão e abriu os olhos, mas sem poder ver nada. Então eles o pegaram pela mão e olevaram para Damasco. Ele ficou três dias sem poder ver e durante esse dias não comeunem bebeu nada.” (Atos 9.36,89)
De repente, Saulo foi confrontado com o fato de que a sua vida não era tão perfeitacomo ele havia pensado. A autojustificaçãotinha sido a sua marca registrada. Noentanto, ao abandonar as usas ilusões de poder, ele se transformou em um dos homensmais poderosos que já existiu: o apóstolo Paulo. Quando somos confrontados com averdade de que a nossa vida não está sob o nosso controle, é hora de decidir. Podemoscontinuar negando essa verdade enos apegando à auto justiça ou podemos encarar o fatode que estivemos cegos diante de alguns assuntos importantes. Se estivermos dispostosa ser quiados para a nossa recuperação e para uma maneira nova de viver, entãoencontraremos o verdadeiro poder.
O Paradoxo da Impotência – 2 Cor. 4.710
Talvez tenhamos medo de confessar que precisamos de forá e que a nossa vida jáestá sem controle. Se reconhecessemos que somos impotente, por acaso não nossentiríamos tentados a nos render completamente na luta contra a nossa adicção? Pareceque não há sentido em confessar a nossa impotência e, mesmo assim, encontrar o poderpara seguir adiante. Trataremos desse paradoxo quando passarmos pelos Passos Dois e Tres
.A vida está repleta de paradoxos. O apóstolo Paulo nos diz: “Porém nós que temosesse tesouro espiritual somos como potes de barro para que fique claro que o podersupremo pertence a Deus e não a nós. Muitas vezes ficamos aflitos, mas não somosderrotados. Algumas vezes ficamos em dúvida, mas nunca ficamos desesperados.” (2Cor. 4.78)
Essa ilustração mostra um contraste entre um tesouro precioso e o singelorecipiente no qual esse tesouro está guardado. O poder vivente derramado na nossa vidado alto é o tesouro. O nosso corpo humano, com todos os seus defeitos e fraquezas, é opode de barro. Como seres humanos, comos imperfeitos.Quando reconhecermos o paradoxo da impotência, poderemos sentir bastantealívio. Não temos de ser fortes sempre ou fingir que somos perfeitos. Podemos viver umavida de verdade, com as suas lutas diárias, com um corpo humano assediado porfraquezas e, ainda, encontra o poder do alto para seguir adiante sem estar angustiadosnem desesperados.