
PASSO 4
Fizemos um minucioso e destemido inventário moral de nós mesmos.
Saíndo do Esconderijo – Gênesis 3.613
Muitos passaram a sua vida num estado de esconderijo, envergonhado de quem são no seu interior. Quem sabe tentemos nos esconder por levarmos vida ambígua, pelo uso de drogas ou outras adicções para nos sentir como os outros ou nos colocar de maenira arrogante as coisas que escondíamos, inclusive de nós próprios.
Depois que adão e Eva desobedeceram a Deus, “se esconderam dele, no meio das árvores. Mas o SENHOR chamou o homem e perguntou:’Onde é que você está? ‘ Ohomem respondeu’: Eu ouvi a tua voz quando estavas passeando pelo jardim, e fiquei com medo porque estava nu. Por isso me escondi.’(Gênesis 3.810)Desde então, seres humanos têm se acobertado e escondido!
Jesus confrontou vigorosamente os líderes religiosos por causa da hipocrisia deles.A palavra hipócrita descreve uma pessoa que pretende ter virtudes ou qualidades que na realidade não tem. Certa vez, Jesus disse a esse líderes: “Ai de vocês, mestres da Lei e fariseus, hipócritas! Pois vocês lavam o copo e o prato por fora, mas por dentro estesestão cheios de coisas que vocês conseguiram pela violência e pala ganância... Lave primeiro o copo por dentro, e então a parte de fora também ficará limpa!” (Mateus 23.2526)
Quando a pessoa verdadeira do nosso interior sai do esconderijo, teremos deencarar alguma outra sujeira! Fazer esse inventário é uma boa maneira de lavar o interior;uma parte dessa lavagem pode envolver um banho de lágrimas na nossa vida. Somentedestapando as partes escondidas é que seremos capazes de mudar o exteriro da pessoa,inclusive nossos comportamentos adictivos/compulsivos.
Enfrentando a Tristeza – Neemias 8.710
A maioria de nós hsita em realizar um inventário pessoal honesto. São inúveras asracionalizações e as desculpas para se evitar esse passo. A razão desse procedimentostá no fato de sabermos que há uma enorme dose de tristeza à nossa espera, e tememosa dor que o enfrentamento da tristezq causará.
Os exilados judeus que retornaram a Jerusalém após o cativeiro babilônico tinhamperdido o contato com Deus. Durante o ecílio, não tinham recebido o ensino das leis deDeus e, consequentemente, não as praticaram. Após a reconstrução do muro da cidade edo Templo, os sacerdotes congregaram o povo para le o Livro da lei. O povo sentiusesobrecarregado de tristeza e começou a chorar porque sua vida estava longe deconformarsecom a Palavra de Deus.
Os sacerdotes disseram ao povo: “Este dia é sagrado para o SENHOR, nossoDeus, e por isso vocês não devem se lamentar nem chorar. Vão agora para casa e façamuma festa. Repartam a sua comida e o seu vinho com quem não tiver nada preparado.Este dia é sagrado para o nosso Deus; portanto, não fiquem tristes. A alegria que o SENHOR dá fará com que vocês fiquem fortes”(Neemias 8.910).Para o dia seguinte,marcaram a Festa das Barracas, uma festa judaica exigida que comemorava o escapedos israelitas da escravidão do Egito e o cuidado proporcionado por Deus enquanto peregrinavam pelo deserto.
Quando avançamos para enfrentar a dor e a tristeza de realizar um inventáriomoral, necessitamos da älegria do SENHOR” para nos dar força. Essa alegria vem doreconhecimento, até mesmo da celebração da habilidade de Deus de nos resgatar daesceavidão e cuidar de nós ao traspormos a tristeza e nos dirigirmospara uma novaforma de vida.
Confissão – Neemias 9.13
Ao fazermos nosso inventário moral, provavelmente faremos uma lista de nossoshábitos destrutivos, das nossas falhas de caráter, dos erros cometidos, das consqüênciasde escolhas erradas com as quais convivemos agora e dos danos que causamos a outras pessoa. É semelhante a revirar todo o lixo d e nosso passado. Isso é doloroso, mas éprocedimento nescessário para jogar fora os hábitos e comportamentos deteriorados. Senào lidarmos com eles, certamente arruinarão todo o resto de nossa vida.
Os exilados judeus que retornaram do exílio “confessaram os seus pecados.” Essafrase diz muito. A idéia da confissão envolve não apenas assumir os nossos pecados,mas também inclui sentir verdadeira tristeza por causa dos mesmos. Pecados sãoofensas contra Deus, inclusive toda e qualquer transgressão contra a vontade dele. Aseqüência natual da vedadeira confissão, após assumimos nossos pecados e lamentálosperante Deus, é abandonálos.A confissão dos israelitas nos serve de modelo a seguir aorealizarmos nosso inventário moral. Podemos listar as ocasiões em que ocorreram nossasofensas, nossos hábitos destrutivos e as conseqüências que causamos em nossa vida ena vida de outros. Então, depois de nos responsabilizarmos por todo o lixo, podemos“jogálona lixeira.
”Na sua confissão, os israelitas assumiram, lamentaram e, então, descartaram seuspecados. Após isso, estavam melhor habilitados a fazer um novo começo. Nós podemos“assumir”o lixo em nossa própria vida ao nos responsabilizarmos pessoalmente porescolhas feitas e ações praticadas. Podemos “lamentar” os pecados permitindonoschorar. Podemos “descartar’ os pecados deixandoospara trás e direcionandonospara o futuro.
Influência Familiar Neemias9.34 38
Nossa família de origem teve infuência sobre o que somos hoje. Alguns de nósimaginam que nossa família foi ou é quase perfeita. Outros entre nós talvez queriam evitara responsabilidade por suas ações cultpando sua família. Seja qual for o caso, quandopensamos a respeito de nossa prórpia vida, também precisamos lidar com nossa família eos efeitos causados por seus membros sobre nós até o dia de hoje.
É dito a nós que os judeus que retornaram do exílio confessaram “os pecados queeles e os seus antepassados haviam cometido”(Neemias 9.2). Acusaram seusantepassados pelo cativeiro e pela situação difícil que enfrentavam. Eles disseram:Nossos antepassado não “se arrependeram das suas más ações. E agora nós somosescravos na terra que nos deste, esta terra boa que nos alimenta. Aquilo que a terraproduz vai para os reis que puseste para nos fazer sofrer por causa dos nosssospecados. Eles fazem o que querem conosco e com o nosso gado, e nós estamosprofundamente aflitos” (Neemias 9.3537).
Está certo admitir a verdade da causa que nos levou ao cativeiro. Isso podeenvolver os erros cometidos por nossos pais ou outros membros da família. Éperfeitamente correto expressar nossa raiva e ressentimento em relação ao que tudo issocausou em nossa vida. Tudo isso é parte do quadro real. No entanto, não é certo usarisso como desculpa por nossas escolhas erradas ou para permanecermos em cativeiro.Nossos parentes podem ser parcialmetne responsáveis por estarmos na situação atual,mas nós somos responsáveis pela locomoção própria e da nossa família para umasituação melhor.
Apontando o Dedo – Mateus 7.15
É provável que tenha havido momentos nos quais ignoramosos nossos pecados eproblemas e apontado o dedo para alguém. Talvez não estejamos em sintonia com osnossos assuntos internos porque ainda estamos culpando outros pelas nossas decisõesmorais. Ou, talvez, evitemos um autoexamefazendo inventários morais das pessoas quenos rodeiam.
Quando Deus perguntou a adão e Eva sobre o pecado deles, eles apontaram odado para outro. “Aí Deus perguntou: É quem foi que lhe disse que você estava nu? Poracaso você comeu a fruta da árvore que eu o proibi de comer?’ O homem disse: ‘Amulher que me deste para ser minha companheira me deu a fruta, e eu comi.’Então oSENHOR Deus perguntou à mulher: ‘Por que você fez isso?’ A mulher respondeu: ‘Acobra me enganou e eu comi.’”(Gênesis 3.1113).Culpar os outros como primeira táticade defesa parece ser prórpio da natureza humana.
Também podemos fugir dos nossos problemas avaliando e criticando os outros.Jesus nos disse: “Por que é que você vê o cisco que está no olho do seu irmão e näorepara na trave de madeira que está no seu próprio olho? Hipócrita! Tire primeiro a traveque está no seu olho e então poderá ver bem para tirar o cisco que está no olho do seuirmão.”(Mateus 7.3,5).Enquanto praticamos esse passo, devemos lembrar, constantemente, que esse éum tempo de autoexame.Devemos cuidar para não culpar e examinar a vida de outros.No futuro, haverá oportunidade para ajudar outros, depois quenos tornarmosresponsáveis pela nossa própria vida.
Tristeza Construtiva – 2 Coríntios 7.811
Todos temos de lutar contra a tristeza. Podemos tentar escondêlaou ignorála.Podemos afogálarendendonosà nossa adicção; ou lidemos com ela de maneiraracional para não sentila.Mas a triesteza fará parte do processo ao fazer o inventário.
Nem sempre a tristeza é algo ruim para nós. O apóstolo Paulo tinha escrito umaCarta aos crentes Coríntios. Essa Carta provocou muita tristeza porque confrontou oscoríntios com algo errado que estavam fazendo. A orincípio, ficou com pena, pensandoque os tinha machucado, mas, depois, disse: “Mas agora estou alegre, não porque vocêsficaram tristes, mas porque aquela tristeza fez com que vocês se arrependessem. Aquelatristeza foi usada por Deus, e assim nós não causamos nenhum mal a vocês. Pois atristeza que é usada por Deus produz o arrependimento que leva a salvação; e nisso nãohá motivo para alguém ficar triste. Mas as tristezas deste mundo produzem a morte.Vocês suportaaram a tristeza da maneira que agrada a Deus... Em tudo isso vocêsmostraram que não tiveram nenhuma culpa naquele caso.” (2 Coríntios 7.911)
Jeremias disse: “Ele pode fazer a gente sofrer, mas tambémtem compaixãoporque o seu amor é imensto. Não é com prazerque ele nos causa sofrimento oudor.”(Lamentações 3.3233)
A aflição dos coríntios foi boa, pois foi produto de uma honesta avaliação interna enão de uma mórbida autocondenação. Podemos aprender a aceitar nossa tristeza comoum aspecto positivo da recuperação e não como um castigo.
Inventário Para a Recuperação Apocalipse20.1115
É possível que não desejemos fazer um inventário moral da nossa vida, é normalque quiramos evitar um exame pessoal. Mas, no fundo, provavelmente, sintamos quechegará um dia em que termos de encarar a verdade sobre nós e sobre a nossa vida.A Bíblia nos diz que virá o dia quando será feito um inventário da vida de cadapessoa. Ninguém poderá se esconder. Na visão de João, ele viu “um grnade trono brancoe aquele que está sentado nele. A terra e o céu fugiram da sua presença e não foramvisto mais. Vi também os mortos, tanto os importantes como os humilde, que estavam depé diante do trono. Foram abertos livros, e também foi aberto outro livro, o Livro da Vida.Os mortos foram julgados de acordo com o que cada um havia feito, conforme estavaescrito nos livros.... Quem não tinha o seu nome escrito no Livro da Vida foi jogado nolago de fogo.” (Apocalipse 20.1112,15)É melhor fazer agora o nosso inventário moral terrestre para que possamos estarpreparados para o que virá. Toda pessoa cujo nome estiver escrito no Livro da Vida serásalva, incluindo todas aquelas pessoas cujos pecados tenham sido expiados pela mortede Jesus. Os que rejeitaram a oferta divina de misericórdia serào julgados segundo assuas obras registradas “nos livros”. Ninguém passará nssa prova! Talvez, agora, seja umbom momento para nos assegurar de que o nosso nome esteja no livro correto. Saberque os nossos pecados estão cobertos pelo perdão de Deus pode nos ajudar a examinara nossa vida sem temor e com sinceridade.